Voltando a postar no blog hoje, essa é a segunda postagem do ano e do dia...! Retomei a escrever aqui, porque lembrei da falta que me faz minha amada vó materna e madrinha Felippa. Eu , Daniela , estou aprendendo nesses três meses a conviver com a ausência da minha vó, que partiu dia 08.01.2013. Perdi. Perdi o chão, o prumo, o rumo. Lugar certo de me encontrar, em toda estória de minha vida ,era na casa da vó ou junto dela. Amiga, protetora, companheira, divertida, prestativa, sábia... minha vó tinha nela muitas virtudes... além de muitas, únicas, porque só a ela pertencia. Característica marcante da minha vó era a sabedoria na forma de lidar com todos. Sabia dar sempre um jeitinho de lidar com um, com outro de maneira a agradar, e colocar cada um no seu lugar. Mandona, a casa seu lugar sagrado, organizado, protegido e respeitado. Dentro da casa da Vó, sempre estive no céu. Perdi esse céu. Quantas e quantas vezes nessa minha vida, tive o refúgio e tudo na casa da Vó. A paz, era dormir com minha vó. A paz er poder conversar noite afora ao lado dela, tantos e tantos causos, do dia, da vidaaa...a saudade dela pelo meu avô Fernando, onde ela dizia "nem fala filhaa" "ai Daniela, não fala não!" E agora as lágrimas me correm ao rosto, sempre que penso nela, e sei que não tenho mais como beijá-la, como tanto beijei, como abrçá-la como tanto abracei, como rir com ela como tanto ri nessa vida, minha alegria, cheia de verdade no que dizia, era minha Vó Felippa. Nenhum mal chegava até mim, quando criança até os 09 anos tive duas avós, após isso perdi a Vó Maria e fiquei com a Vó Felippa. A Vó Maria com mais de quarenta netos, não tinha exclusividade, claro e compreensível, mas por muito tempo de criança, relutava em ficar na Vó Felippa de tanto que ela cuidava de mim, e eu me sentia presa aos tratos dela...rsrs Já na casa dos Da Guarda a festança e a bagunça corria solta!
Bichos, primos, fogão à lenha, muita gente de todo tipo e lugar, tudo junto na casa da Vó Maria...tadinha, morreu aos 67 anos, na vassoura.
Na Vó Felippa, casa de espanhóis, a regra era outra. Na casa não entrava qualquer pessoa não...tudo nos conformes, ninguém mexia em nada, bem diferente da casa da Vó Maria, onde ela tinha que fechar e trancar tudo, porque em tudo um e outro ia e mexia, quando não...enfiava nas vestes e levava...muito entra e sa, treze filhos!!!
Na Vó Felippa seus seis filhos, não tiveram moleza não, correram sempre atrás de estudos e trabalho, e tão logo se arranjavam , saíam de casa. Já as mulheres da casa, todos casaram para sair, casaram com homens que em comum, tem o copo.
Vó sempre saudosa com a casa da Vila Nova, mas em 1985 mudou para Santos, no canal 3...e desde então lá minha segunda casa. Minha primeira ida de ônibus com a Deda pr'a Santos, lá estava a Vó no ponto nos aguardando. Te amo, Vó...quanta saudade , saudade do cheiro...recebi umas peças de cama sua aqui, e como me vem com o cheiro sua presença.......que faço Vó!
Eu tenho meus pais, mas meus pais além de me gerarem, me construíram... sou uma construção deles....mas na vó tinha meu sossego...a Vó não queria saber de nada, se tinha feito ou não...ela dizia..."vá descansar filhaa....deita na cama da Vó!" O tempo parecia parar. Isso!!! O tempo na casa da Vó não corria.....era o ventilador na sala, a calmaria dela largando-se no sofá, e eu sempre ali...ali me encontrava. Perdi. Perdi esse refúgio. E a torcida da minha vó para meus namoros...sempre analisando, e torcendo para eu arranjar um bom homem. Ô cina. Também só me veio homem que gosta de um copo.
Não sei o que será mnha vida daqui pr'a frente.
Hoje quero suprir lacunas na vida das minhas filhas, porque acredito que elas precisem que eu seja atenta a esse carinho. As duas conviveram bem com a Bisa... eram amigas da Bisa...Maitê mais afinidades, porque nasceu com o dom de cuidar. Laiz é mais na dela...mas viveu, presenciou a vida com a Vó Felippa.
Ver minha vó no caixão, nem acrediteiii....caí, desmaiei, fui embora por instantes...a dor consumiu meu ser. Minha amiga, minha companheira. Perdi.
Espero eu ser um dia, ou ter a capacidade de passar por essa vida, com a mesma esperteza e sabedoria da minha Vó, e poder exercer esse papel de mãe, de vó...sabendo que a vida, apesar de longa, é breve.
Te amo tanto....
"Eu não vou saber me acostumar...sem sua mão pr'a me abraçar...sem seu olhar pr'a me entender....sem seu carinho...Vó, sem você!"....
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